bem vindo

oi bem vindo ao meu blog nele expresso pensamentos,sentimentos,meus versos buscam apenas encontrar aquela emoção escondidinha lá no fundo do peito guardadinha sem saber o que fazer na maior parte do tempo.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Que venham as ruas serem ocupadas

olha pela janela mas o que vejo?
serão ventos suntuosos ou silenciosos?
ou quem sabe um olhar impertinente do amanhã?
talvez seja apenas um sorriso do sol levando consigo o dia,o mês,o ano...
e algo mais de todos nós
e o que ele deixa?
permanecem os limites sem horizontes
possibilidades infinitas
e o respirar consagrado de um mundo inexistente na palma da mão
muitos passos,passas,pessoas,pássaros,pêssegos
perdidos,achados num mix de pensamentos e desejos
que venham os muros a serem derrubados,os paradigmas a serem refeitos,as ruas a serem ocupadas
muitos sonhos aos conscientes
e muitos sonos para os absortos

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

recordações perdidas no abocanhar da noite

hoje acordei de um sono não-dormido
sentindo falta de algo que jamais tive
daquelas pessoas,poucas,que recriam um por-do-sol em meu peito
de certos dias que ainda não vivi
mas arrasam meu bom senso
recordações perdidas no abocanhar da noite
sinto saudades,tantas,inumeráveis
incordiavelmente me distraem
num despencar de sentimentos
que dilaceram minha intermitente calma
feliz por compor essa paródia
que abraça esperanças
e num resfolegar da vida
sinto uma ânsia de vive-las
ainda que por meio dessa inescrupulosa
mania de sentir-me incompleta-mente-repleta
feito folha verde
que exala seu perfume ainda que seca sob forma de chá
para apenas enternecer um coração que insiste em latejar feliz
porque gosta de ser completamente-inconcluso
sinto tantas saudades de ti,de mim,de lá,de cá...sinto...tanto...e....mais....


bocas asfixiantes

o destilar de um amor ausente
que por ventura se faz intermitente
assusta com sua voz permanente
tatuada em minha boca errante
feito borboleta num sol escaldante
difícil esquecer,ardor eternizante
repleto de compotas enebriantes
enraizado em pesares apaixonantes
adeuses- não-ditos por bocas asfixiantes

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O entrelaçamento indiscutível entre duas córneas dançantes

 estou dilaceramente descomposta
não repita-me tais predileções inoportunas
o vento veste-se de penumbra
com apenas um olhar
um desesperançoso,inescrupuloso,guloso
-olhar-
daqueles que se nega,se mente,embora jamais permita-se não senti-lo
porque é impermitível
não necessita de promessas ou requisições
somente o entrelaçamento
indiscutível entre duas córneas dançantes
numa noite qualquer
deslumbrantemente única

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

realizar nada além de tudo.

despedaçados os pés caminham entreolhares
entredentes ,entre-sem-saída
despedidas inadequadas
tortuosamente encorajados
param adentrar nos insuspeitos desejos
escondidos numa boca qualquer
entre os dedos,entre se for capaz
porque não é pra qualquer pé rapado
tem que ser mais do que pé
ser pés,misteriosamente adornados com o riso de domingo.
aquele que apenas alguns se comprometem
em não realizar nada além de tudo.

encapsulada timidez

certas manhãs não despertam apenas deslumbram
como suas pestanejantes verdades
o sol as cumprimenta
nada dizem
a as impede de prosseguir
por entre olhares impetuosos
calorosamente gélidos
embora tão.....simplesmente.....inefável
como o sabor de um algodão-doce no café-da-manhã

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

o poema é bicho surdo

o poema é bicho surdo não ouve ao primeiro chamado
permanece quieto,sorrateiro,finge que nem é com ele o papo
amarga os pensamentos com suas ferraduras pesadas
e entre os intervalos dessas patadas arranco-o
desse marasmo descomunal
para amarrá-lo aos meus dedos,moldá-lo feito argila
salpicar um pouco de sarcasmo
e abotoá-lo no papel feito sorvete que cai no chão
dessa disputa restam poucos sobreviventes
um punhado de versos,escalonados nos pensamentos
de uma escadaria que tem todos os rumos para lugar nenhum
com um robusto sorriso repleto de amores
e alguns pesares para desarmonizar
essa serena, incongruente, vontade de nada dizer apenas cantar.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Calma exasperada

a calma permanece exasperada
procura quem sabe algo para se enredar ao chão
na tentativa rebuscada de esquecer a solidão
a insanidade de sua temperamental mania
de encontrar estrelas em olhares desconhecidos
segue inalterada,imaterializada,inapta
como todos os abocanhares perdidos
no horizonte da face oculta de um amanhecer
que jamais despertá de seu inescrupuloso sono.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Uma brisa que move mas não se comove

quero bordar sorrisos ao vento apenas para quebrar o tédio
parti-lo em mil diminutos risos inquebrantáveis
a melodia oriunda da partilha desses momentos irrefutáveis
é triste e dolorosamente alegre
é confuso mas maravilhoso
como uma brisa que move mas não se comove


terça-feira, 18 de novembro de 2014

Quem souber a responde se pronuncie.

a percepção alheia é uma tortura necessária
ainda que a petulância prefira simplesmente
supor em vez de sentir o outro
é magistralmente simples julgar
quando compreender não está na ordem do dia
falar,gritar,murmurar,mi,mi,mi,mi
e muitos outros blá,blá,blás
é indiferente estar perto ou longe
permitir que alguém permeie
nossos íntimos pensamentos
nem sempre é uma escolha
ás vezes as pessoas adentram em nossas vidas
sem anúncios preliminares
ou permissões crepitantes
num piscar de olhar e tudo foi pro ralo
e nesse ralo profundo
se escondem as mais sublimes sensações
irregularmente esculpidas
em sorrisos enviesados
e abraços desconcertantes
e dai já é tarde
lá estão e lá ficarão até...até quando?
Quem souber a responde se pronuncie.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

#ChacinaEmBelém, polícia militar e Tim Maia

Sapato descalçado

será por acaso uma mera coincidência
belissimamente capturada por minhas retinas
pálidas ao som da lua verdejante
toda essa crepusculante sensação?
ou quem sabe venha a ser apenas
um arroto escorregadio que não passa e não fica
em lugar algum?
permanecendo o abismo esponjoso
entre a inusitada perpendicularidade entre meus passos e o meu fio
grãos de areia num sapato descalçado
perdidos num frente fria que aquece qualquer olhar desatento


Desassossego incongruente

poderia suportar todos os pesos levemente largados aso cuidados
desastrosos de meus hipossuficientes dedos
ainda sim certos pesos são leves demais
e isso não sou capaz de suportar
é como buscar transgredir um sorvete com apenas um aperto de mão
tudo torna-se tão encravadamente imprestável
como purpurina no ralo do banheiro
perdidas as ilusões resta apenas
o desassossego incongruente de uma taça de nada repleta de alegria!

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Irritantemente incomodo?!

maldita maldição infame!
destroçando todas as possibilidades de extorsão dignas!
apendiculando qualquer hipocrisia com suas insanidades!
guilhotinando a mera possibilidade de alegria!
é impossível!
ou será apenas irritantemente incomodo?!



terça-feira, 4 de novembro de 2014

Fatos indizíveis

saber denunciar  a verdade ainda que seja mentira é lucidamente incapacitante
é como perpetuar uma montanha-russa dentro d'água e cuspindo maças para todos os lados
borbulhando minha cabeça infere erroneamente todas as minhas sujeiras
e de nada adianta pô-las debaixo de meus pensamentos
elas lá permanecem com seus olhos revoltantes a observar
o mais ínfimo passo,som ou desespero
deslocado na rua como meu ombro,atirado à própria sorte
arrependido por dizer mentiras verdadeiras sobre







segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Mãos de cera

adoraria me desprender dessa bagunça irremediavelmente arrumada
que busquei e ao encontrá-la já não a desejava mais
coisas da vida como um sorvete que cai em nossos pés
não adianta reclamar o jeito é seguir em frente
esquecer ou arrumar outro sorvete ou bagunça
o que for melhor em cada momento
seja como for hoje despertei cada poro
desse cansado corpo
negligenciando toda e qualquer arritmia preguiçosa
porque afinal nem sempre é fácil colher espinhos no café-da-manhã
mas caso tenhamos mãos de cera sempre é possível fingir ou fugir?


sábado, 1 de novembro de 2014

A espera que não chega

espero -tortuosamente- a espera que não chega
cestas guirlandas não ficam bem dispostas logo cedo da manhã
é preciso acordá-las e aguardar...
depois saímos correndo pelo salão cheio de dúvidas e constrangimentos
e esperamos mais uma vez sem obter sequer uma negativa do tempo
que ruborizado apenas foge
para evitar a solução para essa tão aguardada espera que jamais se conclui.
dividir a ansiedade com quer que seja somente multiplica a angustia
impossível procurar respostas inaladas
em amontoados de desejosos escombros
tudo por causa de guirlandas preguiçosas
que insistem em petrificar o que fluido está.

domingo, 19 de outubro de 2014

Titubeação

fazer o susto saltar por entre os dedos
é como abocanhar uma maria-mole novinha em folha
recém bordada,com gosto de nuvem
feita de esperanças batidas com paciência
ao caminhar na solidão de uma avenida
sinto toda  a imensidão da ausência desfalecedora
o medo não foge ao combate
embora a coragem desfrute de sua titubeação
errante ao mordiscar as pétalas soltas num pôr-do-sol

Dedilhar as pétalas dos meus dedos sob teu corpo

quero deleitar sob as especulações dos teus cabelos
enrodilhar meus lábios em teus pensamentos
dedilhar as pétalas dos meus dedos sob teu corpo
saborear,gota a gota,cada perfume do teu sorriso
despertar no teu sono nas manhãs de chuva
entrosar meus lábios nos teus
dedicar singelos versos em formas de beijos numa folha de papel


sábado, 18 de outubro de 2014

Disfagia amorosa

gosto de saborear calidamente tua voz não dita
silêncio desajeitado que escabela minha paciência
e por mais que apenas entre nós exista o silêncio
sinto uma aterradora sensação
que aperta meu inespecífico coração
porque as palavras gotejam suavemente em minha garganta
e arduamente algumas conseguem escapar das garras do vazio sonoro
que perpassa nossos corpos
e ousamos um "oi" mudo que transborda de nossos sorrisos
espontaneamente arrancados do furacão
que nos possui toda vez que nos encontramos
ausência e excesso preenchendo o vácuo inescrupuloso
que ardentemente une nossos olhares
as mãos dadas numa estelar alegria
que transgride a avassaladora imobilidade dos fonemas
compensa toda e qualquer disfagia amorosa

Estrofe barulhenta

aí tudo se transformou numa imensa esponja
repleta de um abismo sem nada
a falar sobre a verdade incômoda
indizível,apagável,inestimável.,
tudo mastigado,mordiscado,mascarado.
dificilmente acabará a chuva sob meus pés
ainda sim misteriosamente ouço
palavras guilhotinadas,escorraçadas,dizimadas
sobreviventes,lutam para respirar nessa árdua realidade
tarefa ingrata revelar o obscuro e singelo sorriso do silêncio
aquele momento em que a arte de esculpir sílabas
torna-se insuportável,angustiante,aterrador
dizer o inexprimível com perfume de rosas
é como beber um copo de água e caminhar sob uma corda ao mesmo tempo
concentração inapropriada,terapeuticamente impossível
falar quando os versos almejam encobrir o som
de suas imutáveis bocas taciturnas
espreitando toda e qualquer estrofe barulhenta


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

seria possível admitir o intangível pensamento de uma flor?

o que permite abdicar de algo que não é nosso?
como posso roubar algo que não pode ser de ninguém?
seria possível admitir o intangível pensamento de uma flor?
o que faria se não estivesse nada com tudo?
quem sabe o talvez seja a única opção?
seria diferente se acaso todos fôssemos um?
se os caminhos levassem a lugar algum?
perderia eu a possibilidade de ser feliz
pela possibilidade de uma profunda tristeza?
algumas conversas ultrapassam a linha tênue
entre o que os ouvidos sentem e o coração ouve?
quem sabe eu não saiba nada sobre isso
mas também não recorde daquilo?
o que a insanidade tem de tão ruim afinal?
se minto para mim estarei acreditando nas pessoas que creem nessas bobagens
ou fingindo estar ou jamais estarei?
talvez as borboletas tenham decidido morar em meu estômago?
pode ser que eu more nas asas dessas flores voadoras?
estou aqui mesmo quando estou lá?
seria eu capaz de mensurar o inquantificável?
onde está o instante que cega minha ironia?
seria um dia noturno esse que guarda a chave desse infindável poema?
ou a poesia poderia ser a ausência regrada
de organizações não estipuladas num aperto de mão?


terça-feira, 23 de setembro de 2014

indissociável e incompatível como uma mancha no carpete

estou aturdida com toda essa estupefação do vento
sob meus dedos pulverizados
num modo gentilmente imposto
semana após semana
lenta e arduamente
quase como uma mancha no carpete
depois de um certo tempo faz parte dele
são indissociáveis
e ainda sim incompatíveis


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Hoje quero falar com minha quietude

escuto tua voz em lugares que não existem
permaneço estaqueada
te buscando em recantos inóspitos de minha mente
cada palavra,inaudível aos ouvidos,
porém sentida por cada parte do meus corpo
e nessa loucura chego até mesmo a te ver
e conversar com o teu imaginário-concreto em meu coração fugaz-eterno
nessa alucinante sensação desprovida de controles remotos
escrevo em minha mente palavras açucaradas pra te dizer
porém quando te vejo apenas consigo te olhar e falar com minha quietude
e uma paz-angustiante toma conta de mim
hoje mais do que ontem quero te ver
e nadar em teus braços
e quem sabe despertar em teu ditatorial-libertador olhar.




segunda-feira, 28 de julho de 2014

Onde acaba esse fim mal resolvido?

onde estás que não te sinto?
onde estive esse tempo todo?
onde estamos cara a cara?
onde acaba esse fim mal resolvido?
onde fica esse absurdo?
onde tomamos fôlego?
onde comemos esperança?
onde dormimos amores?
onde sonharam os porquês?
onde sentimos um desalojar de corações?
onde fica a esquina mais próxima?
onde está a tua?a minha?mão?não?quem?



cabelo apaixonado

vejo tudo como nunca foi
e sempre será
apenas um punhado de folhas soltas
em meu cabelo desalinhado
perdidamente
apaixonado

Esperanças no asfalto

vamos em busca de passos coloridos
numa calçada inexistente
de uma rua muito engraçada
repleta de tudo 
cheia de nada
com um olhar distante
enquanto colho esperanças no asfalto

Apedrejo minha respiração

afinal qual o motivo de tudo isso?
apedrejo meus passos
quando te vejo
apedrejo minha respiração
quando não te vejo
apedrejo minha sensatez
quando não estou nem ai nem aqui
apedrejo meus rumores
quando deixo tudo como está
apedrejo meu coração
quando te amo
apedrejo minhas lembranças
quando permito ao vento me levar
apedrejo tudo
quando nada há


Anseios infundados

já não importa dizer adeus
se as palavras duras como aço
nascem em minha mente
e morrem em meu coração
que diferença faz
a dor que me golpeia ao te ver
e a agonia que enfrento ao estar frente a ti
e ainda sim estar ausente de ti
a permanência fugaz
de um tempo que não foi
e que ainda está aqui
observando a vida 
que passa pela janela dos teus olhos 
e encosta em meu árido sorriso
sem contudo mudar esse furacão
que assola meus já perturbados anseios infundados


Descobertas alucinantes

é sempre tudo do mesmo jeito sem nunca ser igual
folhas perpetuam verdades afundadas
num mar desconhecido
de descobertas alucinantes
numa tarde qualquer
presas ao bolso
de um viajante perdido

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Antigos retalhos

insubstituível afeição
desnorteadora de meus sentidos
petrificados
com apenas uma palavra tua
todos os pensamentos tornam-se uma calorosa calda de chocolate
doce e envolvente
feito despedida em aeroporto
tudo colado nas paredes do coração
como antigos retalhos
de um tempo em que havia emoção
no reencontro e pesar no desencontro


Laços de um par de tênis

é simples como areia nos pés
sua completitude é infinita
injuriosamente abismal
felicidade derradeiramente
infeliz
surpreendendo aos colchões
que nos separam 
enquanto aguardamos
a despedida incomensurável
entre dois laços de um par de tênis



segunda-feira, 21 de julho de 2014

sem pudores quero

hoje quero e tudo e algo mais
talvez um quê mais
ou um éfe mais
seja como for quero
porque querer me mantem viva
viver sem querer 
é um arco-íris desbotado
pela desconfiança e desamor
sem pudores quero
muitíssimo
tudo 
e nada ao mesmo tempo
simplesmente complexo assim
quero...
...mais
que...
...ruído
quero...
...som

Um tempo que corre parado

acredito que a hora sem minutos
num tempo que corre parado
congeladamente 
chegou
e dispensá-la através de um fecundo sorriso
é impertinente demais
e ainda sim irresistivelmente incrível
petulância saborosa
cravada num olhar nu
com nuances extrassensoriais
é como abocanhar o mundo
com apenas um filantropo olhar
e seguir os degraus que levam para lugar nenhum
acompanhado de uvas passas





Muita,muita poesia(poesia dedicada a Rubem Alves)

estou aturdida com tantos buracos em meus pensamentos
é como se meu cérebro agora fosse uma queijo
e as conclusões meros retalhos pra pôr em um sanduíche mental
a tristeza colaba minhas tristezas
nesse imenso mundo
porque toda vez que um poeta daqui se ausenta
os espinhos no pé tornam-se mais insuportáveis
ler,reler,sentir
tudo o que de significativo foi feito
aprisionado,libertado
amado e odiado
com a intensidade de algumas estrelas na mão
algumas pessoas permanecem conosco
espalmadas em nossos corações
porque suas existências mais do meras recordações
tornam-se simbolo de esperança
em um amanhã
repleto de dúvidas,certezas,absurdos
e muita,muita poesia.




domingo, 20 de julho de 2014

sentimentos insensíveis

já não sinto mais tua voz me acariciando
já não sinto mais tua sombra me iluminando
já não sinto mais tua presença em mim
já não sinto mais aquele amor
já não sinto mais essa raiva
já não sinto mais o prazer em ser descortês contigo
já não sinto mais a ausência no fim do dia
já não sinto mais a dor que desnutre minha esperança
já não sinto mais nada
já não sinto mais quem sou
já não sinto mais
meus sentimentos
insentiveis
insanáveis
insensíveis



sexta-feira, 18 de julho de 2014

Real irrealidade

é tudo muito pouco convincente
como se fosse real a irrealidade
pequenas postulações
corrompidas
dilapidadas
esporuladas
entre o desejo e o esquecimento
tudo nem um pouco só
mas também jamais acompanhado
como o esverdear de um por-do-sol



sexta-feira, 11 de julho de 2014

Sobremesas esquecidas

adoro correr por entretenimentos desastrosos
são como sobremesas cobiçadas
azedas,esquecidas na geladeira
como o vento morno numa tarde gelada de verão
hipocrisia infecta que corre solta em meu sangue
já adormecido
aqui
e
por onde quer que seja
sempre suspirosamente
com uma dor pungente
latejante
irritante
de uma forma única e ousada
petulância derradeira de uma morte
não nascida

Abraço enovelado

E o que importa se o algodão-doce descabelou o bom senso
Com um estonteante olhar
E algumas mentirinhas bordadas num sorriso espetacular
Apenas para apimentar uma manhã gloriosa
Quente como calda de chocolate
Irresistível como um abraço enovelado

Muito amor,poucas palavras

talvez... eu nunca diga... o quanto eu te amo
pode... ser que eu jamais... tenha coragem...
não pense que é... porque meu amor é ...fugaz
quem sabe esse raio... que explode em meu peito
não seja feito pra ser... deformado... por ...palavras
poderia... esse amor ser tão... selvagem
que algemá-lo com fonemas seria... pura crueldade
seria... possível amar... tanto... que é ...impossível
esse latejante sentimento que torna tudo ...impronunciável
onde faltam discursos românticos
vive um ...amor ...além das minhas forças
é a força inexorável de um amor ...imenso
o que me impede de... ti olhar
nesses ...olhos tão lindos
e beijar-te com... versos
se acaso for ...suficiente... para ti
posso permitir ...
...que vejas
o arco-íris...
...em meu
apaixonado sorriso.

sábado, 5 de julho de 2014

Paginas perpétuas


Não me tire o tiro certeiro da incerteza
Nem sei andar nesses passos surtados
De salto alto roubado
Saído de um soluço cambaleante
Errado instante tardio
Chegou tarde
Na estante sem prateleiras
Pesadelo desbaratinado
Incontido degelo entre dedos decepados
Separar é impossível
Juntar é inalcançável
Perdurar essa dor
É crueldade
Desgostoso paladar mortificado
Pela indiferença
Dos vermes ao perseguir seus sonhos
Não me tire essas pétalas atiradas ao chão
Senão descoloridas ficam minhas paginas
Perpétuas 
Aprisionadas num desatino, opaco, hemolisado

sexta-feira, 4 de julho de 2014

um pouco de absurdo

Alguma coisa me diz que tudo está sendo construído
De uma forma tão pitagórica
Que às vezes corrompe minha destreza
E outras a deixa ainda mais formosa
Desatino escultural
Pertencente a outros mundos
Nessa hipócrita adesão
Dos universos paralelos
Numa só mente
Apenas transferindo uma beleza ruidosa
Que desfere charme
Em todas as direções
Em todos os instintos
Em tudo onde há um pouco de absurdo


Atributos decorativos

Onde está aquela antiga bagunça desarrumada
Que perpetua a todo instante
A zombaria de um guarda-roupas vazio?
Que fala sem ser solicitado
Cala quando requisitado
Sente quando o abismo o afunda
Para a terra sem propósito algum
Será muita coisa reunida
Num buquê de mosca – morta
Embrulhado em alumínio usado
Enferrujado, ousado
Então é o que tem
E nada mais
Assim as flores descansam
Em agonia constante
Sem prejuízo
Aos seus atributos decorativos

Som sem aroma

Estou cansada
De ficar engasgada com lamuriosas divagações
Este lugar sem retorno
Som sem aroma
Caminho sem pasto
Paz sem voz
Já não suporto mais
Nem menos
Pra ser sincera
O que eu quero
É um pouco da desajustada comodidade
De uma farta mordida num merengue de nuvens
Coberto com a alegria da hortelã
E um punhado da inusitada tranquilidade

quarta-feira, 2 de julho de 2014

lugar impróprio para consumo

Essa agonia sufocante
Perdura temporariamente
Nesse pendulo acorrentado a mim
Estridente ranger de dentes
Que descola meu sorriso desse lugar
Impróprio para consumo
Estou sem nada
A oferecer
A perder
A roubar


aturdido banquete

Sintam o esverdeado sapateado
Que perturba suas ocas cabeças
Desenrola suas vísceras
Arranca seus olhos
E os serve num aturdido banquete
Inócuo
Não pensem que serão convidados para não estar na mesa
Certamente não sentarão nas cadeiras feitas de pó de esquecimento
cuidado!
Caso contrario podem deixar de recordar quem é o jantar
Não é pura maldade
É apenas um negocio lucrativo
Assistam suas vidas adquirem algum valor
Ao menos para um faminto estomago
Escorregadio, sombrio, profundo
Não adianta reclamar
corte,faça ou morra.

Olhares enviesados

Quanta coisa se pode aprender com uma folha ao vento
Sabe quando ela dança laboriosamente
Seduzindo os transeuntes
Saboreando olhares enviesados
Acariciando com rispidez todos os ausentes
Numa melodiosa harmonia
Presente na ausência
Perdida em algum dia qualquer
E hoje retomada com força
Gravidade e perspicácia
Quem sabe o que se pode aprender?

segunda-feira, 30 de junho de 2014

O abismo e a loucura

Tic-tac e a loucura
Voltando pro seu abismo
Hediondo e profano
Será mesmo verdade?
Tudo o que a imaginação supõe?
Tic-tac e a loucura
Ficando aqui mesmo
Enroscada num dedilhado de violão

Periculosidade da indignação

Qual é a direção correta?
Direita, um caminho sem corrimão
Esquerda, flores com espinhos
Pra cima, luzes apagadas
Pra baixo, prédios calados
Pra frente, bocas atiradoras
Pra trás, arrependimentos impossíveis
Em diagonal, paralelepípedos com café
Em círculos, insanidade constante
Em dança, periculosidade da indignação
Em verso, e por que não?

domingo, 29 de junho de 2014

Deleite pros olhos!

Corro tortuosamente
Percorro tremulamente
Escorro timidamente
E nada completa
A tigela vazia
Além do horizonte
Sinto o cheiro
Árido
Refrescante
Do subtítulo
Escondido em alguns braços desnudos
Ah! Deleite pros olhos!
Infortúnio diário!
És tu!
Pássaro incorruptível
Vento da cortina
Deslizo pelo arco-íris
Entre os dedos
Saborosos
De um ardente, suspiro, infindável

Braços tórridos e insaciáveis

A autenticidade dessa marca é duvidosa
Mal avistou o tom
Enrijecido desse deslumbramento
E perdeu – totalmente - os sentidos
Entorpecido com o calor da noite
Ele procura sua vitima
Aterrissa sob seus lábios
E mordisca seus sonhos, incrédulos
Fazendo-a acreditar no intangível
Instante em que dois e dois são um
Contra seu bom senso ela repousa em seus braços
Tórridos e insaciáveis
Saboreia,degusta,aproveita
Nem todos os grãos de areia estão perdidos
Diminutos podem ser encontrados numa face
Digna do esplendor do mar

Encontro entre a luz e o perfume

Olho pela janela o sol
Acariciando belas alamandras
E nessa dança vultosa
Resplandece a melodia desses passos
Tão suaves
Delicados
Límpidos
Com gestos galantes
Indiferentes ao meu, impertinente olhar, seguem deslumbrando
Com o encantador encontro entre a luz e o perfume
Transtornando a perfeição
Aperfeiçoando o transtorno

sábado, 28 de junho de 2014

Flores suspirantes

Diga que sou seu
Apenas isso
É um novo êxtase
Despido
De pudor
De artimanhas
De calma
Esse caminho tem muitas interlocuções
Cuidado ao esbarrar nelas
Visto que são ardilosas
Flores despreocupadas
Mortas
Suspirantes
Que giram ao redor do rio em nossos corpos

sexta-feira, 27 de junho de 2014

estonteante verdade

Esqueci como desejar a desajustada
Cobiça de um fim de tarde
Começo nodular
Pérfido de maldade
Coberto de ternura
Uma estonteante verdade
Nua e crua
Sem rodeios
Roupas
Mascaras
Apenas bolsos pra guardar envelhecidos sonhos


Sons coagulados

Esse sorriso dourado resplandece
Todas as estrelas que piscam
Sinalizando um novo caminho
Inaugurado nessa estrada da perdição
É irrelevante todo esse segredo
Obscuro escondido numa mordida no fim de tarde
Adoro a obscenidade da vida!
Passear por folhas ardentes
Que congelam pelo paladar
Entorpecendo até mesmo os pensamentos mais intrépidos
Comodamente sinto o incomodo
Meus passos peripatéticos
Entremeiam a sopa de problemas
Que envolve todos os sons
Intermitentes
Vazios
Coagulados

Gelo mórbido

Não me apetece mais essa perdulariedade
Do teu olhar
Chega a ser insofrível
Toda hipocrisia que escorre de tanto desdém
Extravasa por minhas artérias esclerosadas
Sei muito bem que pra ti tudo não passa de uma imbecil piada
Não me entenda mal
Apenas estou enjoada
Dessa crepitosa saudade
Que ateia fogo
Nos caminhos que tento fugir
Metade de mim
Já foi
Onde?
Está a outra?
O gelo alcança a morbidade
De uma noite
Imprópria
Inepta
Ineficiente

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Abraçar o sol

Gosto de observar a vertigem pegando sol
E ela abraça cada raio de luz solar
Candidamente
Moluscamente
Tediosamente
É bela cena de se vislumbrar
Com um charme que me enfraquece
Atordoa
Enlouquece
E ainda sim não posso resistir
A paparasear
Seu descanso
Inocente
Interminável

Ruídos de comunicação

O pó da sentimentalidade
Partiu em mil pedaços
Os compartimentos dessa aliança
Ainda moribunda
Laços escorbúticos
Reúnem escombros
De uma escada que não chega a lugar nenhum
Olho pra cima não escuto nada
E pra baixo apenas vertigens
A firmeza estabelece
Ruídos de comunicação
Perdidos numa noite quente
Com um bafo estridente e frio
Que combate a desesperança
Abocanhada pelo vento
Que amordaça as desavenças
E as coloca no colo de um estranho
Mortalmente adormecido
Fraterno e inexistente

quarta-feira, 25 de junho de 2014

sentidos insensíveis

A decepção guilhotina minha ausência
Sem notar a presença
De sentidos insensíveis
Que perseveram apesar do tempo
Ventando sob seus pés congelados
Pela descrença inoperante
De um gargalhar sem sossego
Acanhado,rabiscado,gratinado

Abismo desenfreado

Estou vendo o fim
De um caminho sem volta
Retornando ao abismo
Desenfreado
De um colapso
Escorregadio preso à realidade
Frita e nua
Mordida crescente da noite
Que deseja partir sem chegar
Sem membranas elas
Assoviam verdades inaudíveis
Para o vento
Sem comovê-lo
Sem movê-lo
Sem comê-lo

Mãos que tangenciam

Como quem não quer nada tu vem
E me soterra de inóspitos movimentos
Circulares, Triangulares....
Irregularmente dispostos à perfeição em meu corpo
Mãos que tangenciam
Olhares que circunscrevem
Lábios que inscrevem
Em ti essa função
Com variáveis desconhecidas
Com sabor de maracujá

Embaralhada dança

Pois há mais estrelas no céu
Do que o numero de vezes
Que busquei não pensar em ti
Mas parece que quanto mais
Desejo não me ater a ti
Mais entrelaçada
Me encontro a ti
Nesse tórrido momento
Incongruente em ti
Sigo nessa embaralhada
Dança em ti
Em mim
Em nós

Esperanças e lantejoulas

As pedrinhas conversam
Precipuamente
Sobre o tempo sem vento
O pesar que está contente
O encanto que espantado está
Tudo parece fora do lugar das prateleiras do mundo
E tão perfeitamente encaixado
Em mim
Nessas bagunça eu me acho
Grande coisa
Alguma em meio ao caos
Não posso evitar
E tão pouco tento
Escapar
Desse turbilhão
Que coloriu o azul do céu
Com o fogo da esperança
E colou lantejoulas
No sorriso mudo
Dos tímidos versos

terça-feira, 24 de junho de 2014

um pé no sono e outro na agenda

Detesto sair cedo quando ainda meus pensamentos estão adormecidos
E meu corpo inteiro boceja, lentamente
Pedacinho por pedacinho
A preguiça é sacudida feito poeira
Espantada de todos os poros sonolentos
O olho abre mas a mente segue no mundo dos sonhos
E nesse transe em transição
Permaneço com um pé no sono e outro na agenda
A cama confortável parece convidar-me para seguir ali
Tão sublimemente tranquila
Eu, os lençóis, e nada mais

Suplicas no chão

É minha culpa sei bem disso tudo
Imagino que estejas contente ao ouvir isso
Pois eu estou engolindo meu orgulho com uma aspirina
Pode até ser que seja tarde para cogitar
Uma mudança de paradigma
Ainda sim
Tento construir uma alternativa
Uma ponte feita de arco-íris
Para unir
O que a inconseqüência separou
Peço, simplesmente, uma nova oportunidade
Para destruir ou salvar
Essa loucura que nos envolve por completo
Apedrejo minha mente
E encontro respostas em grãos
A humildade me obriga a admitir
Errei e te magoei
O plagio do meu amor
Me cegou
Amei o espelho
E te deixei pra trás
Agora retorno
Com suplicas no chão
E no coração um aperto isquêmico
Teu perdão não será a borracha em meu passado
Mas sim o verso que inspira meu futuro

Refrão das minhas noites

Onde está o ar que fugiu no instante
Em que me olhaste?
Suspiro incontido
Num inadequado momento
Alegria que dança sob meu rosto
Aquela faceirice medonha
Impossível de descrever
E que marca a fogo minha respiração
Sofisticada emoção
De um coração vencido
Pelo inigualável sabor da tua voz
Que penetra em meus sonhos
E completa o refrão das minhas noites


Corredor de nuvens peladas

Vai ver tudo está errado
E o que está certo não está aqui
O que um dia foi jamais será
E no encontro tudo se perde
Nada de ganhos ou expectativas
Ironias em excesso
Sem, contudo perder a graça triunfante
De um corredor de nuvens peladas
Que surpreendem por onde passam
Assim tudo está lá e segue aqui
Como nunca foi
Como sempre será?

segunda-feira, 23 de junho de 2014

um gotejar latejante

Um milhão de anos luz
Estou à frente da porta que nos separa
E ainda sim posso sentir o teu cheiro
Impregnando minha pele
Esse fogo que congela meu discernimento
Aproxima-nos pouco a pouco
Num gotejar latejante
Não suporto essa distancia
Que compra meu sossego
E vende minha paz
O que fazer com o vento em meu peito?
Onde devo guardar as velas apagadas?
É complexo argumentar com as pedrinhas
Escondidas entre meus dedos do pé
Mais parecem moscas
Enlarvando minha paciência
Que outrora forte
Hoje mal cheirosa
Um milhão de anos pagados
E onde tu estás?

clima colorido

Não vá pensando que roubar
Meus sentidos é fácil
Sem entrosamento
Entre nossos dedos
É irremediavelmente
Doloroso
Periculoso
Ardiloso
Se caso sigas ai
Por favor não deixe a porta aberta
Pois coisas inexplicáveis
Ocorrem entre dois incansáveis
Encapsulados num beijo
Numa tarde qualquer
Sem chuva ou sol
Apenas um no ar
Perfumando
Por aí
Ou aqui.

A loucura intermitente

Delírio de um surreal encanto
Perco a noção de tudo só de pensar em ti
A loucura intermitente
Que agarra tenazmente
Meus mais insalubres pensamentos
A zombaria que penetra e nutre
Qualquer resquício
De lucidez
Esse carinho todo
Enegrece-me de felicidade
Alegria asmática
Que me rouba o ar
Leva-me ao chão
E me faz voar
Por teu sinuoso corpo
Em busca de tesouros
E guloseimas para o fim de tarde


O impossível parece tão provável

Vago por andares vazios
Distantes e colabados entre si
O impossível parece tão provável
Quanto à chuva na janela
Acariciando o vidro obscenamente
E nessa virtuosa paixão
As gotas se deleitam
Ardorosamente
Por todos os cantos
Por todas as possibilidades
Por todos nós


domingo, 22 de junho de 2014

A vegetativa vida vigente

Se a demora seguir lentamente
Sou capaz de realizar insanidades
E não pense que estou de brincadeira
Ou sendo irônica
Podes perder tudo
Com meras especulações
Arbitrarias
A vegetativa vida vigente
Tão perene
Apodreceu com tanto desamor
Não finjas que não recordas
A chuva molhou meus sonhos
E afogou-os rispidamente
Por isso não diga que estou exagerando
Quando decepo toda a cortesia que restou entre nós
Apenas porque estou afim

Gangrena verbal

Pode por favor, sair daqui agora!
Afinal que porcaria é toda essa?
Tanto lixo saindo de uma boca apenas
Só pode ser uma gangrena verbal
Deteriorando a minha paciência
Robustamente abastecida com tanta hipocrisia
Pelo menos a chuva planta expectativas
Difíceis de encontrar
Em momentos cegos
Onde tudo parece necrosado
Retido num abismo
Imerso em obscurantismo
Nada além de recados esquecidos
Bordados na palma mão
Decepada pela desesperança   

Carbonizei meu bom senso

Fiz sinais de fumaça para chamar tua atenção
Ateei fogo em mim para teu deleite
Queimei meus instintos
Carbonizei meu bom senso
Incinerei a distancia entre nós
Cremei a saudade
Inflamei a paixão
Abrasei o medo
Acendi a esperança
Chamusquei teu coração
Chamejei o meu

sábado, 21 de junho de 2014

Todo o amor de todos os tempos num só coração

Será que sabes o quanto te amo?
Imagina toda a leveza do mundo num só sorriso
Toda a correnteza do mar num só abraço
Toda a intensidade do vento numa só voz
Toda a mágica do pôr-do-sol num só toque
Toda a ternura do horizonte num só olhar
Toda a gentileza das flores num só aconchego
Toda a imensidão do universo num só beijo
Todo o amor de todos os tempos num só coração
Isso tudo é apenas um raio do sol que arde em meu peito

Canoas elétricas

Não tive oportunidades
De restaurar o muro de flores
Que plantastes entre a discórdia e a aceitação
As ruas apedrejadas com nuvens de hortelã
Comemoram o silêncio
Com balburdia e meditação
Ruidosas partem em suas canoas
Translúcidas
Elétricas
Pálidas
Como se hoje ainda fosse carnaval

pormenores terríveis

Mereço a solidão como hobby
Distrações corriqueiras não me atingem
E a distância me embriaga
Como uma pólvora em chamas
Petrifico a razão
Congelo a dor
E refresco a ilusão
Para nada
Por tudo
E com muita pouca criatividade
Robustamente escondida
Em goles de multidão
E ainda sim estou só
Na contra Mão
Da vida
Errando a todo instante
E acertando pedrinhas na água
Com objetivos escusos
E pormenores terríveis
Afago os lamentos
E sufoco
Lentamente qualquer tentativa de mudança
Para construir elevadores
Na busca de combater
Essas impertinentes
Desilusões
Sempre corro
Nado
E bebo
Saudade

dúvida indistinta

Não acredite em tudo o que lê
Nas páginas de um corpo qualquer
Porque ler curvas nem sempre resulta ser fácil
É tarefa inconclusa, complexa e subjetiva
É como abocanhar com um suspiro
Todas as frutas presas a um olhar
Numa tarde chuvosa
Onde as gotas são açucaradas pelo fogo
Da dúvida indistinta
De permanecer onde não se está

Laços ausentes

Quando acaba a serenidade
Sobra apenas ruínas e pó nesses galhos enferrujados
Pela discórdia, cobiça e o medo
Fantasmas presentes
Laços ausentes
Tudo tramado, sem crivo
Sem peste ou teste
Contudo
Com nada
E ainda sim repleto de algo
Sem precisar de folha nenhuma
Para se envolver
Do frio
Mesmo durante o inverno
Suas aspirações aquecem
Seu semblante costumeiro
Tanto se partiu,
Tanto se perdeu
E ficou no ar
No mar
Em mim
Em ti
Em nos