Venenosas linhas

Gostaria de dizer que estou ficando louca

Não me refiro à desordem nos meus pensamentos

E sim essa balburdia no meu coração

Despedaçado, inutilizado, metalizado

Impossível recuperar

A ordem escondida sob os escombros

Do desmoronamento de toda e qualquer esperança

Que irradiava um pouco de lucidez

Hoje não sobrou nada

Além de desolação

A inconstância escreve essas venenosas linhas

Guilhotinando o bom senso

Amotinando a cortesia

Açucarando minha saudade diabética

Pouco a pouco

Tudo fica tão..........só.............apenas..................só

E nada mais

escorregadia voz

Inevitavelmente não pude fugir

De tua escorregadia

Calorosa

Impetuosa

Voz

Que penetra no meu DNA

Transformando as histonas

Em meras crianças felizes

O deslumbramento

Transgride todas as minhas resistências

Partir já não sou capaz

Ficar tão pouco

Nessa inconclusiva

Viagem sigo

A perpétua jornada

De reencontrar

Em cada verso

Escrito em lábios encarnados

Numa fria tarde de sol

Árdua opção

De bobeira o arco-íris dos olhos

Vislumbram um paraíso, perdido, inalcançável

Escondido na floresta de um louco qualquer

Divertida viagem

Ancoragem inatingível

Pedaços de ventos formigam meus pés

Quero roubar esse suspiro

Vender numa feira de antiguidades

Comemorar as derrotas

Desse tempo que não passa

Impassível o desespero

Segue sua caminhada sob minha cabeça

Inconstância constante na minha vida

Não posso negar

Fugir tão pouco

Enfrentar de frente

É a única

Árdua

Opção

Sentidos emaranhados

A leucocitose do teu olhar é enlouquecedora

Degustação imprópria

E ainda sim tão, gloriosamente, deliciosa

Diversão contida em momentos

Salpicados de uma doçura ardente

Indescritível

Insurreição de sentidos

Emaranhados

Apaixonados

Tramados

Numa mesma sintonia

Conjugada

Num tempo sem modos

Trejeitos

Ou

Possessividades

Mera ilustração

Agora está concretizado

O silencio é mera ilustração

E a verdade um aventura formidável

E a inverdade segue sendo verídica

Pois logo seremos juridicamente distantes

Como duas pétalas que beijam o rio da vida

Navegam nas suas entranhas

Porém jamais o percebem

E se eu?

E se eu te esquecer?

E se eu deixar de te amar?

E se eu te deixar?

E se eu te odiar?

E se eu te trair?

E se eu te trazer pra Cá?

E se eu te mentir?

E se eu te enciumar?

E se eu te desgraçar?

E se eu te desejar?

E se eu te enlouquecer?
E se eu ficar?

E se eu?

E se?

E?

suspiro terrivel

 É tudo bobagem

As minhas mentiras

São dardos contra teus ardentes olhos

Escondidos sob a penumbra que separa nossos corpos

Nessa noite enlouquecedora e surda

Suspiro terrível

Que petrifica minhas possibilidades

Borboleantes de alegrias

Com aroma de canela

Aquelas que guardamos entre os dedos dos pensamentos

Mais sombrios e maravilhosos

Quero colecionar o aroma dos teus lábios

Quero roubar pedrinhas do teu sorriso

Para colecionar o aroma dos teus lábios

Imperdível divertimento

Durante o dia te amordaçar com versos

E à noite te buscarei em meio aos sufocantes lençóis

Na manhã seguinte te engolirei aos bocadinhos

Com carinho, com jeitinho

Com tudo.

Ironias caridosas

Certos são alguns idiotas

Que percorrem o mundo e não encontram nada

Julgar as flores do canteiro alheio

Como ironias caridosas

Sim a pimenta só arde nos olhos

Dos corações mortos

A ruína embrulhada com falsas intenções

E entregue com bombas mentirosas

Sim a inveja do é diferente

Inflama nossos corruptos

E hipócritas governos

Sim roubar aqui é pelo bem das crianças

E lá é a perversão da natureza

Gostaria de costurar

Até arrebentar a cabeça

Com tantas confusas declarações

E preconceitos vomitados

Todos os dias

Que descem navalhando a garganta

Enquanto agradam

O nosso abanar de rabo diário

Arrepio temeroso

O cansaço pesaroso me corroe

Necrosa meus pedantes sentimentos

Hipocrisia adorável

Irresistível

Atordoante

Impossível deixar pra trás

Improvável seguir em frente

Tortura que agoniza minha alma

Fétida sensação de perda

Arrepio temeroso

Abraço gostoso

Suspiro pegajoso

Flores que Explodem

Por que tu voz rompe meu bom senso?

Afinal não deveria ser tão caótico

Esse estranhamento entre nós dois

Mais parece uma ponte enferrujada o que nos une

E um rio paralisados o que nos separa

É verdade que flores explodem quando nos encontramos

Mas também é real a angustia itinerante que perpetua a essa repulsiva atração

Nossa relação é um desengano desenfreado e descabido

Ainda sim vertiginosamente deliciosa

Sorriso colorido que encanta meu dia

Deslumbra minha apartidária vontade

E desse amor inoportuno surgiu esse inabilitado

Ardor entre dois olhares

Corpos

Sentidos

Quero gritar! Loucamente, perdidamente, candidamente

De verdade não senti um frio na barriga, 

o que aconteceu foi que engoli uma nuvem ensolarada ao te ver.

Pareço uma criança boba, 

palavras desarticuladas, 

ansiedade e inconstância.

Além de uma alegria que minha pele transpira 

de uma forma instantânea.

Um beijo em tua irresistível face já é o infinito para

Meu coração transbordar roucamente,

Minhas mãos suarem

e uma tonteira até parece que sai de um liquidificador.

Ao me aproximar sinto tua respiração ser interrompida

e a tensão de teu corpo.

Tudo fica transparente nesse silêncio colorido.

Quero gritar! Loucamente, perdidamente, candidamente!

A euforia é um êxtase bebido nas mãos da felicidade.

Meu sorriso se apodera de  minha respiração 

e ao invés de ar sorrio paixão

Que nutre meus pulmões

Que gritam ao te encontrar.

Pense com carinho 

nas estrelas pintadas em teus lábios.

Adoro ouvir as árvores brotarem em cada abraço.

Em dias de festa nas quais o céu emerge 

do encanto de dois sóis,

 Teu amor é simples como jogar sapata. 

Tua nudez é uma incógnita

Jogar água nas pedrinhas do fundo do lago 

pode ser no máximo irônico,

 Isso se estivermos de bom - humor.

Inacreditável loucura rouca que geme a cada trem que passa.

Mesmo assim nem tudo está perdido.

O encontro pode ser apenas uma encruzilhada

E a sorte é apenas um saco de pipocas.

Não sei como explicar porque a música me lembra o asfalto,

No entanto sei de cor tuas reclamações.

Tua nudez me enlouquece, é uma incógnita.

Teu olhar  penetrante,

 calmo (de uma forma nervosa), sério por fora,

 Quem sabe por dentro?

O sol segue indo contra o esverdeado da insanidade.

Assim continuamos nessa louca que alguns chamam vida

e eu já apelidei de poeira pueril sabe-se lá por que.

A vida tem lá suas razões, bom eu posso ter os sonhos, mesmo sem saber.

Te encontro nesse casulo que ainda não aprendi como espiar,

 não desisto, 

rompo a primeira camada encontro um sorriso,
beijo teus olhos
e encontro teu coração,

 mas ainda não aprendi como deixar o céu  rosado 

para aguardar tua chegada deslumbrante.