Tantos antes de ti vieram, não sei
afirmar quantos virão depois de ti
Ou quando ou se vai chegar o
dia
No qual será apenas tinta de caneta
nas folhas do meu coração,
Não conheço o teu passado e o meu
futuro tão pouco,
mas na verdade isso não importa.
Afirmar que esquecer é como limpar
dos olhos a teia da ilusão
é burrice.
O esquecer é uma arte, talvez
gastronômica
Já que alguns buscam apagar seu
sofrimento
Apagando a fome de destruição de
suas mentes inquietas.
Será farmacêutica?
Outros acreditam que exista a paz
em comprimidos,
Uma fórmula capaz de acabar com o
suor frio,
as palpitações, os sonhos repetidos,
a falta de ar ao ver a pessoa que desencadeia
esses sintomas.
Ou quem sabe é literário?
Saberão solucionar os sintomas de uma alma
apaixonada?
Alguns poetas prometem na bula de
seus exemplares
cumprirem com a lei da razão
E apagar as angústias escritas a
ferro no coração,
Os resultados são improváveis
tanto
para os jornais quanto para os astrônomos.
Não sei dizer se já esqueci, se te
esquecerei
Ou se quero destruir em névoa
turbulenta em minha mão.
Sei que amo o andar do universo
escondido no teu olhar.
E que até hoje, até agora mesmo (já
são quase 22h da noite)
Nunca vi um sorriso que me transportasse
para
a felicidade sublime de voar acordada.
E nenhum abraço costurou as feridas
gritantes do meu peito inquieto
Transformando cada infortúnio uma escada
Até essa paz incandescente que sinto,
apenas contigo,
posso sempre senti-la hoje,
Porque desconheço o amanhã e não recordo
o ontem.