O que falta para apanhar estrelas com a boca

.Ainda não sei se gosto da ideia de gostar de ti.

Vejo outro rosto,  lembro outros nomes, no entanto gosto 

de estar contigo,

de apenas te olhar, enquanto subo as escadas.

Te deixar sem reação, totalmente perturbado.

Chega a ser uma satisfação destruir todas as janelas do silêncio.

Um sorriso irrefreável, um olhar compenetrado,

 um aperto de mão que guarda um coração entre as palmas.

Não sei bem se sei o sentimento que sinto nessa situação.

Apenas curto a ideia de compartilhar, conversar me encantar,

 e porque não um quase pseudo pré-deslumbramento, 

aqueles que insistimos em comparar com outros amores, 

mas dessa forma admito o que não quero?

Por que entender, eu apenas desconheço.

Até que o espelho troque o reflexo por meras jujubas,

quem sabe com a cor dos teus olhos.

E talvez quem sabe

não sabe que não sabe o que falta

 para apanhar estrelas com a boca enquanto dorme.  

A paixão grita como uma pipoca

Confessar que não consigo parar de te olhar

Parece uma piada boba.

Sorrio só de pensar em ti, boa parte do meu tempo.

Mesmo estudando as células minha mente sai correndo 

para os teus calorosos braços.

Respiro fundo, permito que um sorriso brote em minha boca, 

fecho os olhos e te vejo de uma forma cristalina e charmosa,

contrariada volto à caverna para estudar as paginas do tempo.

Meu coração não bate ele lateja e extravasa carinho.

Não importa quais fonemas escapem por meus lábios,

todos são banhados de ternura ao lembrar de ti.

A música que escuto me leva a fugir  novamente e a concentração,

 cede às pressões barulhentas da paixão que grita como uma pipoca.

é difícil admitir para o horizonte que te quero tanto 

que perco o controle de minhas percepções, 

ausências,

 insanidades e inclusive interpretações literárias.

Sorrir parece um exercício

 Para manter o amor em forma de pássaro 

que semeia a liberdade fraterna 

e entrelaça duas vidas numa única e bela árvore. 

Um pântano florido com azaléias dançantes.

Pensando bem até que é um pouco inútil

Compreender tuas razões para tudo isso.

Se é que elas existem mesmo?

Tantos pontos de interrogação brotaram em minha cabeça

Desde que te conheci.

O mais perturbador não foi ter tantas dúvidas,

 Mas uma certeza

Que destruiu de forma irrecuperável monotonia da vida.

Hoje são tantos sons que me despertou toda vez que insisto em adormecer.

Derrubam a inquietude, massacram a harmonia, encantam o desespero.

É  impossível não sorrir ao fechar os olhos

Embora seja apenas uma pintura superficial.

Pois por dentro sigo igual,

Um pântano florido com azaléias dançantes.

Simplesmente não noto os dias passando

É como se cada pétala

 Se transformasse em pó fosse uma mentira.

Como se realmente o universo

Estivesse pedalando em sua bicicleta cósmica,

 Sem frio,

Sem rumo.

Sem sentido os dias, na verdade, não nascem

Nem tão pouco desaparecem

 Apenas ficam em exposição na retina dos meus olhos.

Brincando com curiosas folhas que deslizam sobre a água, aguardando

 Talvez, a oportunidade de rever a alegria

Que fugiu pelos canos tortuosos de um período nebuloso

Na esperança

De que o mais incrível suspiro

Não tenha sido apenas ar,

 Mas amor na forma gasosa. 

Desejo triunfante

É estranho não sentir falta dele

É estranho sentir a tua ausência

É estranho não sentir tua falta e sim a  dele

O incomum estranhamente não faz parte da cesta de frutas

O irreal não é nada mais que não querer vê-lo estranhamente

Estranho é querer não querer ver nenhum dos dois

Não me acostumo a não sentir por ti o que senti ou sentirei por ele

Entender essa loucura parece mais fácil

do que apanhar flores deixadas pelas lágrimas das estrelas

É estranho não estar lá quando também não estou aqui

Nesse vai e vem sigo tortuosamente enfrentado estranhezas

Escorrendo por meus cabelos, todas as manhãs

É estranho estar ao teu lado e não pensar nele

Quando digo estranho

Quero dizer não adaptei, não aceitei, não encaixei,

 Não descolei, não descobri, não fechei, não amarrei.

As sensações coloridas que perpetuam minhas insensatas

Alucinações sentimentais

Que se assemelham a um bolo de aniversário

O cheiro de velas acesas a espera de um desejo triunfante. 

Dúvidas esplendorosas

Me pergunto qual a utilidade de dizer “eu te amo”

Afinal um beijo caloroso que solta labaredas
 por todo o corpo não é suficiente claro?

Qual a necessidade de se provar
o que todo o universo já sabe?

Não são necessárias certezas arbitrárias
e sim dúvidas esplendorosas

Aquela curiosidade que cativa nosso dia

Expectativa alucinante de aguardar o inóspito

Afinal a incerteza em doses homeopáticas é elixir saboroso

Até mesmo a saudade faz frutificar desejosos

Escondidos, abafados pelo cobertor

Lançadeiras travessas que penduram meus sonhos
nas pálpebras de um desconhecido

 Um sorriso delirante guloso é suficiente

Porque tanto nervosismo ao esperar um presente?

Se um imerso coração foi embrulhado com amor

Entregue com carinho

e sentido com a dedicação das estrelas

Apenas para o teu deleite. 

Correr pelo fio da navalha pode ser engraçado

Quando olho antigas fotografias ainda não feitas lembro aquele dia que virá.

Suspiro prontamente.

A dificuldade de chegar aqui dentro destes escombros

 é retumbante.

A lealdade traiçoeira cobre com ouro a desilusão.

Certos suspiros deixados para trás abraçam a alegria certeira 

como passo de dança.

Jabuticabas caindo do céu a todo instante, como se fosse natal.

Nem todas as estrelas nadam num fio elétrico, é verdade.

Mesmo assim alguns segredos deveriam ser esquecidos.

Correr pelo fio da navalha pode ser engraçado,

 Caminhar pelas labaredas uma insanidade gloriosa!

Passaporte com visto para o precipício dos teus olhos.

É bom ser o sol que afaga a preguiça 

num doloroso dia de chuva escaldante.

Seria a fim da dormência afetiva?

Ou o começo do caminho emocional?

Respostas são pontos de interrogação 

e as perguntas, deixa prá lá.