Corroendo tudo por
onde passa ela vem
Impetuosa na voz e
sutil na aparência
Com uma mão
oferece uma maçã podre coberta por diamantes
E com a outra a
insatisfação perpétua
Ela costuma abraçar até sufocar a empatia
Transformando o
ser parasitado
Num desprazer
ambulante
Nada o satisfaz,
nem o alegra
Para ele é
impossível ter empatia com as pessoas ao seu redor
Nem mesmo as que
ele mais gosta
Sua indiferença
aumenta á medida em que ela se apossa de suas ações
Já não fica feliz
com alegria dos amigos
Agora ele cobiça a
ruína deles
Já transformado
não é mais indiferença que sente
Prontamente deseja
a perda
Quem tem amor quer
ver sozinho
Quem foi promovido
quer demitido
Quem foi curado
quer uma recaída
Quem tem projetos
quer desesperado
Soberana na mente medíocre
No coração sofrido
Na sociedade de
consumo
Na qual somos
ensinados
A ver o outro como
obstáculo
A ser a abatido
O quanto antes
para a própria vitória
Consternando em
vez de impulsionar
E num abismo
vicioso
Ele se depara com
um poço sem fundo
Onde jogou sua
vida
Deixou a
correnteza levá-lo
Somente a
humildade e ternura
Podem coloca-la em
seu lugar
E acudir mais um
estraçalhado por essa funesta anoplura
Combate árduo
porém necessário
Para a construção
de amanhã aquilatado