Às vezes somos a rocha que aguarda, pacientemente
O mar transformar suas formas
Com seus ardentes beijos.
Às vezes somos o mar
Que seduz e envolve a tímida rocha.
Às vezes somos a areia, lembrança perdida
De um amor irreal
Que se tornou realidade.
Às vezes somos o esquecimento de uma saudade
Que não passa,sufoca,permanece vivo
Apesar de tudo.
Às vezes somos o irrevogável arrependimento
Por não ter cuidado do grão de areia
E por isso foi levado para longe pela ilusão.
Às vezes somos o encantamento que arrebata e queima
Nossa carne num sensual olhar
Pelo simples divertimento de fazê-lo.
Às vezes somos o cristal partido, frágil
Que não conseguiu suportar a indiferença.
Às vezes somos o sol que arde num beijo,
Adormece num abraço e renasce num olhar.
Às vezes somos a chuva que afaga com carinho,
Separa sem piedade,
Banha com paixão e chora inconformada
Pela ausência do seu amor.